Pela primeira vez, de público, a governadora Fátima Bezerra declarou que deixará o cargo em 1o de abril de 2026 para ser candidata ao Senado. Por gravidade, o Rio Grande do Norte voltará a ser governado por um membro da tradicional, Walter Alves
Da Redação do Jornal de Fato
Pela primeira vez, de público, a governadora Fátima Bezerra (PT) declarou que deixará o cargo em abril de 2026 para ser candidata ao Senado Federal. Por gravidade, o Estado do Rio Grande do Norte passará a ser governado por um membro da tradicional família Alves. O vice-governador Walter Alves (MDB) será governador por nove meses, entre abril e dezembro do próximo ano.
Fátima Bezerra confirmou o projeto eleitoral durante entrevista ao programa Panorama 95, na rádio 95 FM de Natal, nesta sexta-feira, 9. Segundo ela, a decisão tomada foi amadurecida nos últimos meses, a partir de um diálogo franco com Walter Alves e demais lideranças políticas que apoiam o governo estadual, inclusive, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB).
A candidatura de Fátima ao Senado está inserida no projeto nacional do PT. O partido, que vai priorizar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quer eleger o maior número possível de congressistas, justamente para dar sustentação a um eventual quarto governo de Lula. A governadora potiguar é vista como nome forte para conquistar uma vaga no Senado, dada a sua força política no estado.
“Há um desejo do presidente Lula, ele tem reiterado isso, para que eu disponibilize o meu nome para o Senado. Também do meu partido, o PT, junto com os partidos que integram a Federação, junto com os demais partidos aliados. Então nós caminhamos para isso: a partir de 1º de abril, o vice-governador, com quem nós temos um diálogo feito com muito carinho, muito respeito, muita parceria, assume o Governo para que eu vá disputar o Senado”, afirmou.
Fátima já ocupou o Senado entre os anos de 2015 a 2018. Ela se elegeu nas eleições de 2014, com 808.055 votos (54,84% dos votos válidos), superando a ex-governadora Vilma de Faria (PSB), que obteve636.896 votos (43,23% dos votos válidos).
Quatro anos depois, em 2018, Fátima foi eleita governadora, por consequência, renunciou ao mandato em Brasília para assumir o comando do Rio Grande do Norte. Naquelas eleições, a petista derrotou em segundo turno o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (na época no PDT), com 1.022.910 votos (57,60%) contra 753.035 votos (42,40%).
Em 2022, com o governo avaliado positivamente, Fátima Bezerra não teve dificuldades de renovar o mandato de governadora no primeiro turno das eleições. Ela recebeu 58,31% dos votos válidos, o equivalente a 1.066.496 votos. O segundo colocado ficou bem distante, o ex-deputado Fábio Dantas (SDD), que obteve apenas 22,22% dos votos válidos (406.461 votos).
A governadora afirmou na entrevista desta sexta-feira que mesmo com o projeto político-eleitoral colocado, ela não diminuirá o trabalho à frente do Estado até o dia em que deixar o cargo. “É de manhã, de tarde, de noite e de madrugada cuidando do povo do Rio Grande do Norte”, afirmou.
“A nossa base está unida em torno da pré-candidatura de Cadu”
Fátima Bezerra afirmou que o atual secretário da Tributação, Carlos Eduardo Xavier, será mesmo o candidato a governador do PT e de partidos aliados. Ele disse que o seu partido está “unido e motivado” em torno da pré-candidatura de Cadu Xavier e que os líderes das demais legendas estão em sintonia com o projeto.
A pré-candidatura de Cadu ganhou força dentro do grupo porque, segundo a governadora, o vice-governador Walter Alves, que seria o nome preferencial, já disse repetidamente que não quer ser candidato ao cargo.
“Isso tem sido discutido de uma maneira muito transparente, franca e respeitosa, em primeiro lugar com o vice-governador, porque ele vai assumir o Governo a partir de 1º de abril”, disse Fátima, para ressaltar que a prioridade da candidatura seria de Walter, por razões óbvias. “Ele é o vice-governador, inclusive a legislação faculta a ele esse direito de ir para a reeleição. Na medida em que ele declinou, ele vai assumir realmente o governo, mas não quer se colocar no cenário de disputar a reeleição. Foi dentro desse contexto, repito, um diálogo muito franco, que surgiu o nome de Cadu”, afirmou.
A governadora comentou: “O próprio vice-governador que declinou exatamente da candidatura ao governo já se posicionou claramente na defesa do nome de Cadu. Então não é que ele vai unir, ele já uniu. O PT está unido e muito motivado com o nome de Cadu e estamos trabalhando as alianças, fazendo destaque aqui a aliança com o MDB.”
Questionada sobre as recentes declarações de Ezequiel Ferreira (PSDB), que tem sugerido a possibilidade de disputar o Governo do Estado em 2026, a governadora descartou a possibilidade: “O deputado Ezequiel, que é uma liderança política muito importante para nós, já colocou que a prioridade dele não é o Governo, e que ele vê Cadu com um nome com muitas credenciais para fazer a disputa para o Governo do Estado. Então, a nossa base está unida.”
Tags: