Domingo, 15 de junho de 2025

Postado às 09h45 | 14 Jun 2025 | redação Educação: RN tem o maior número médio de anos de estudo do Nordeste

IBGE frisa que esse desempenho potiguar se destaca em um cenário regional historicamente marcado por desigualdades educacionais, superando estados tradicionalmente mais populosos como Pernambuco (9,4) e Bahia (9,2) que empata com Ceará e Sergipe

Crédito da foto: Allan Phablo - PMM Sala de aula em Mossoró

Por Edinaldo Moreno / Jornal de Fato

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), referente ao segundo trimestre de 2024, mostrou que o Rio Grande do Norte apresentou a maior média de anos de estudo entre as Unidades da Federação da Região Nordeste, com 9,6 anos, consolidando-se como a 1ª colocada regionalmente e a 16ª colocada no ranking nacional. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IBGE frisa que esse desempenho potiguar se destaca em um cenário regional historicamente marcado por desigualdades educacionais, superando estados tradicionalmente mais populosos como Pernambuco (9,4) e Bahia (9,2). Ceará, Sergipe e Bahia empataram com 9,2 anos, enquanto os menores níveis foram observados na Paraíba e em Alagoas (ambos com 8,9 anos).

O levantamento do IBGE observou ainda que, de 2016 e 2024, observou-se um avanço consistente na escolaridade média da população brasileira de 15 anos ou mais, passando de 9,4 para 10,2 anos de estudo. As mulheres mantiveram maior escolaridade média em todas as regiões e anos, com destaque para o Brasil, onde elas atingiram 10,4 anos em 2024, contra 10 anos entre os homens. No Nordeste, o crescimento foi de 1 ponto percentual no período, passando de 8,2 para 9,2 anos — diferença também puxada pela maior escolarização das mulheres (9,6 anos em 2024). No Rio Grande do Norte, a média saltou de 8,6 para 9,6 anos, com as mulheres alcançando 10 anos de estudo em 2024.

A pesquisa ressalta que a primeira posição regional sugere avanços consistentes nas políticas educacionais estaduais e municipais, refletindo-se nos indicadores populacionais de escolaridade. Nacionalmente, a média potiguar a coloca na 16ª posição entre os estados brasileiros.

“Essa liderança regional é especialmente relevante quando considerada em conjunto com os dados, demonstrando que o estado não apenas reduz desigualdades internas por sexo, cor ou raça, como também supera a média nordestina e contribui para o aumento do patamar educacional da região como um todo”, explicou o IBGE no documento enviado à imprensa com os dados da pesquisa.

TAXA DE ANALFABETISMO

No mesmo período, a taxa de analfabetismo no Rio Grande do Norte caiu de 13,8% para 10,4% no período, com a diferença entre os sexos se ampliando — em 2024, a taxa entre homens (13,5%) foi quase o dobro da observada entre mulheres (7,7%). No Brasil, o índice também apresentou queda contínua, passando de 6,7% para 5,3%, o que refletiu um declínio de 1,4 ponto percentual em oito anos. A tendência de redução também foi observada no Nordeste, cuja taxa caiu de 13,9% em 2016 para 11,1% em 2024 — uma diminuição de 2,8 pontos percentuais.

A PNAD Contínua destacou ainda que o estado potiguar oscilou no período. A taxa estadual recuou de 13,8% em 2016 para 10,4% em 2024, com ligeiro aumento entre 2018 e 2019 (de 12,1% para 12,6%) e entre 2022 e 2023 (de 10,5% para 10,9%), o que indicou momentos de reversão temporária na tendência de queda. Ainda assim, o resultado final aponta avanços consistentes na alfabetização de jovens e adultos.

GÊNERO

A análise da distribuição do nível de instrução por sexo no Rio Grande do Norte entre 2016 e 2024 evidencia uma trajetória de avanços educacionais, especialmente no acesso ao ensino médio e superior, com destaque para as mulheres. Em 2024, observou-se uma redução na proporção de pessoas sem instrução em mulheres, de 7,6% para 5,4%, enquanto entre homens o indicador permaneceu estável.

No ensino fundamental incompleto, houve uma redução entre os homens (de 39,2% para 29,2%) e também entre as mulheres (de 33,2% para 27,4%), indicando progressão no percurso escolar. O percentual de pessoas com ensino médio completo aumentou de 24% para 28% entre os homens e de 26,3% para 30% entre as mulheres. O nível superior completo apresentou crescimento, principalmente entre as mulheres, passando de 11,8% em 2016 para 16,5% em 2024, enquanto entre os homens subiu de 7,7% para 12,4%.

“Esses dados revelam não apenas avanços educacionais gerais, mas também um processo contínuo com mulheres apresentando níveis mais altos de escolarização no estado”, diz trecho da análise.

COR OU RAÇA

A análise publicada pelo IBGE por cor ou raça revelou desigualdades persistentes, embora com avanços significativos entre 2016 e 2024. No Brasil, as pessoas brancas de 15 anos ou mais elevaram sua média de anos de estudo de 10,3 para 11,1, enquanto as pretas ou pardas passaram de 8,6 para 9,6 anos.

Essa diferença também foi observada entre os idosos: os brancos com 60 anos ou mais passaram de 7,2 para 8,6 anos, ao passo que os pretos ou pardos foram de 4,5 para 6,1 anos — uma melhora importante, mas ainda com hiato educacional.

No Nordeste, o padrão se repetiu, com aumento de 0,9 ponto percentual entre os brancos e de 1 ponto entre pretos ou pardos. No RN, pretos ou pardos de 15 anos ou mais subiram de 8,1 para 9,2 anos, enquanto brancos atingiram 10,1 anos em 2024.

 

Escolarização apresenta melhorias em quase todas as faixas etárias no estado

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) destacou ainda que a taxa de escolarização no Rio Grande do Norte apresentou melhorias em quase todas as faixas etárias entre 2016 e 2024, com aumento entre adolescentes e jovens.

Segundo o levantamento, na faixa de 6 a 14 anos, o estado alcançou praticamente a universalização (99,5%), enquanto entre os jovens de 15 a 17 anos o avanço foi de 87,6% para 94,9%, revelando esforços exitosos de retenção escolar. O grupo de 18 a 24 anos, uma etapa crítica de transição para o ensino superior, também teve melhora, com a taxa subindo de 31% para 33,3%.

Apesar do baixo patamar entre os adultos com 25 anos ou mais, o IBGE, por meio da pesquisa, disse que houve um leve avanço (de 4,5% para 5,3%). A taxa de escolarização é a razão entre o número de estudantes de determinada faixa etária e o total de pessoas dessa mesma faixa etária.

 

Número médio de anos de estudo das pessoas de 15 anos ou mais – Região Nordeste

RIO GRANDE DO NORTE: 9,6 anos

PERNAMBUCO: 9,4 anos

BAHIA: 9,2 anos

SERGIPE: 9,2 anos

CEARÁ: 9,2 anos

PIAUÍ: 9,0 anos

MARANHÃO: 9,0 anos

ALAGOAS: 8,9 anos

PARAÍBA: 8,9 anos

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual – 2º trimestre

 

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