Por Marcos Santos – Jornal de Fato
Mais uma vez, a diretoria do Potiguar emitiu uma nota nesta quarta-feira, 9, cobrando do prefeito Allyson Bezerra medidas efetivas para o Estádio Municipal Leonardo Nogueira. Além disso, a diretoria criticou a postura do chefe do Executivo local, que tem evitado o diálogo com os dirigentes dos clubes para discutir as questões relacionadas ao estádio e suas consequências.
O Nogueirão foi municipalizado em março de 2021, mas desde então não houve avanços concretos. Pelo contrário, a situação piorou com o fechamento do estádio em fevereiro do ano passado, em decisão judicial, após a gestão municipal descumprir o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ao não realizar obras simples de acessibilidade.
Sem um estádio desde o ano passado, o Potiguar, juntamente com o Baraúnas, tem enfrentado prejuízos, com gastos extras para se deslocar para outras cidades, arcar com transporte, hospedagem e aluguel de campos. O tricolor, inclusive, foi rebaixado para a segunda divisão, e, segundo sua diretoria, o fechamento do Nogueirão, causado pelo descaso da Prefeitura, contribuiu significativamente para o rebaixamento.
"Foram feitas promessas em novembro de 2023 e, novamente, em março de 2025, de que um novo edital seria lançado para a construção de um novo estádio. No entanto, nada foi cumprido. Absolutamente nada. O que vemos é um estádio se deteriorando diante dos olhos da população, sem qualquer avanço concreto", afirmou a nota do Potiguar.
O comunicado também critica a postura da Secretaria de Esportes, acusada de tentar "calar os clubes em uma tentativa rasteira de abafar protestos e críticas", além de questionar a omissão dos vereadores.
“A omissão dos vereadores é vergonhosa. Nenhuma ação efetiva, nenhuma cobrança pública, nenhum posicionamento firme em defesa do futebol mossoroense”, critica.
Confira a nota oficial do Potiguar na íntegra:
“A Associação Cultural e Desportiva Potiguar não pode mais se calar diante do desrespeito sistemático ao esporte mossoroense. O que está acontecendo em Mossoró é um verdadeiro projeto de destruição do futebol local — liderado por uma gestão omissa, insensível e descomprometida com a história, a cultura e o povo da cidade.
O Estádio Leonardo Nogueira, municipalizado desde março de 2021, segue em completo abandono. Foram feitas promessas em novembro de 2023 e novamente em março de 2025 de que um novo edital seria lançado para a construção de um novo estádio. Nada foi cumprido. Absolutamente nada. O que se vê é um estádio apodrecendo diante dos olhos da população, sem qualquer avanço concreto.
Recursos financeiros não faltaram. Emendas parlamentares somando R$ 1 milhão foram asseguradas, mas a atual gestão municipal jamais se movimentou para aplicar os valores. Isso não é negligência: é decisão política. É abandono deliberado.
Os dirigentes dos clubes da cidade foram ignorados. O prefeito se recusa a recebê-los, simplesmente porque tiveram a coragem de expor publicamente a realidade e cobrar, com firmeza, aquilo que é direito do povo. A Secretaria de Esportes, por sua vez, agiu não para resolver o problema, mas para tentar calar os clubes, numa tentativa rasteira de abafar protestos e críticas.
Mais recentemente, o próprio secretário informou aos dirigentes que havia ficado de deliberar uma nova reunião com o prefeito – a pedido do próprio chefe do Executivo – tão logo retornasse de um compromisso em Brasília. Até o presente momento, o silêncio continua sendo a única resposta da Prefeitura.
A Câmara Municipal de Mossoró tem sido cúmplice de tudo isso. A omissão dos vereadores é vergonhosa. Nenhuma ação efetiva, nenhuma cobrança pública, nenhum posicionamento firme em defesa do futebol mossoroense. Quem se cala diante do abandono, consente com ele. A cidade precisa saber que seus representantes assistem passivamente à destruição de um dos maiores patrimônios culturais e esportivos da região.
Os prejuízos são incontestáveis: clubes sem casa, imprensa local impedida de cobrir os jogos com a dignidade devida, comerciantes e ambulantes sem renda em dias que antes movimentavam a economia, torcedores privados de acompanhar seus times em seu próprio território.
E mais do que isso: a cidade perde a oportunidade de usar o esporte como instrumento de transformação social. O futebol tem o poder de incluir, educar, promover saúde e cidadania. Mas isso não interessa a quem governa com arrogância e desprezo pelo povo.
O Potiguar de Mossoró seguirá resistindo. Não temos apoio do poder público, mas temos história, torcida e coragem. E não nos calaremos.
O ABANDONO DO NOGUEIRÃO NÃO É ACIDENTE, É UM PROJETO!”
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