Capa do livro João Calixta: o homem que acreditou no trabalho
Por Ângela Karina – Jornal de Fato
Eternizar em livro memórias que estão no coração. É com esse propósito que Antônio Gilberto de Oliveira Jales lança neste sábado, 31, a biografia “João Jales Dantas (João Calixta): o homem que acreditou no trabalho”. O evento de lançamento com sessão de autógrafos ocorrerá às 10h, na Câmara Municipal de Messias Targino, cidade natal tanto do biografado quanto do biógrafo, ou pai e filho, na devida ordem, onde o homenageado “participou ativamente do nascimento, crescimento e emancipação política da Vila do Junco”, conforme relata Gilberto na obra.
Reduto familiar das numerosas e tradicionais famílias Jales e Targino, a pacata cidade do interior fica localizada no Médio Oeste do Rio Grande do Norte, numa área de 142,608 km² e 4.274 habitantes, de acordo com o último Censo (IBGE, 2022). E nada mais justo do que lançar a obra – uma homenagem póstuma ao patriarca da família Jales Dantas - no Junco, como antes era conhecida a cidade, que depois passou a ser denominada de Messias Targino por meio da lei estadual nº 4.103, de 8 de novembro de 1972, na qual o homenageado, Sr. João Calixta, foi político conceituado, agricultor e criador de gado, pioneiro no melhoramento bovino.
Lá, ele exerceu os cargos de prefeito interino, por meio do Decreto 2.750, de 4 de junho de 1962, entrando para a história como o primeiro a ocupar o cargo máximo do Poder Executivo local, governando até 31 de janeiro de 1964, indicado pelo Sr. Messias Targino da Cruz, fundador da cidade e grande amigo; depois, foi prefeito constitucional (1973-1977), eleito pelo voto popular em 15 de novembro de 1972. No Legislativo messias-targinense, foi vereador por dois mandatos: de 1989-1993 e 1993-1996.
Busto na Praça João Jales Dantas
João Jales Dantas nasceu em 22 de abril de 1922 e anos depois recebeu a alcunha de João Calixta, herança do pai, Sebastião Calixta. Casou-se cedo, aos 17 anos, com Dona Maria Vilani de Oliveira com quem teve quatro filhos: Edmilson, Cacilda, Aurineide e José Nilson. Depois de ficar viúvo, casou-se com Dona Isabel Ivonilde de Oliveira Dantas (Dona Belita) com quem teve mais 12 filhos, dos quais seis sobreviveram: Auri, Urbano, Adalberto, Gilberto, Joana e Tarcísio. Ainda no livro, Gilberto conta como ele e seus irmãos foram educados:
— Procurou educar a todos sempre mostrando pelo exemplo e pela palavra que a melhor educação é a que vem de casa, aquela que se ensina pelo trabalho.
João Calixta e Dona Belita casando a filha Joaninha
O caráter ético de homem público também foi retratado na obra. “Honestidade é dever e não qualidade”. Foi com esse entendimento que o Sr. João Calixta entrou e saiu da vida pública sem que pesasse contra ele nenhuma acusação por mau uso de recursos, nem por nepotismo, o que atesta a seriedade e zelo enquanto gestor, registrada com orgulho na biografia dele escrita pelo filho.
De homem pobre a equilibrado com as finanças da fazenda e com tudo que nela cultivava, talvez o segredo para ser bem-sucedido estivesse na forma de lidar com os empregados, não fazendo distinção alguma entre a forma de tratá-los e aos seus, buscando ofertar moradia, alimentação, estudo e trabalho, o mínimo de dignidade, sendo reconhecido por isso.
João Calixta e Dona Isabel (Belita) saudando a rainha da Festa de Nossa Senhora das Graças, da qual era devoto
Depois de uma vida intensa dedicada à família, aos amigos, ao trabalho e à amada terra natal, aos 77 anos, em 14 de setembro de 1999, falecia o patriarca da família Jales Dantas, deixando não só uma lacuna impreenchível na vida de familiares e amigos, mas um legado, como descreve Gilberto na obra:
— Deixou uma legião de amigos e um enorme legado de honestidade, lealdade e, acima de tudo, do exemplo de trabalho como símbolo maior da dignidade do homem.
A obra literária é composta de nove capítulos com o primeiro deles sobre a história de Messias Targino; breve biografia; depoimentos; atividades laborais e técnicas empregadas; moradores e colaboradores permanentes ou temporários; histórias e aventuras de uma luta pela sobrevivência; homenagem à minha mãe Belita; município homenageia João Calixta; documentário fotográfico; além da apresentação e prefácio, com todo conteúdo distribuído em 176 páginas.
O ex-deputado e ex-vereador Manoel Mário de Oliveira, acadêmico da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró, ocupante da cadeira 36, patroneada pelo saudoso Ivo Lopes de Oliveira, assina a orelha do livro e atesta algumas das qualidades do cunhado homenageado:
— Para falar desse homem perseverante que levou a vida lutando incessantemente, numa espécie de servidão ao trabalho, basta dizer que sua riqueza estava nas suas qualidades. Lutando com determinação em todas as atividades que exerceu. Dedicou-se a atividades da agricultura e da criação.
O notável escritor Benedito Vasconcelos Mendes, membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras, prefacia o livro e nele destaca outras características marcantes do Sr. João Calixta:
— [João Jales Dantas] baseou sua vida no trabalho e nos bons princípios, galgando os mais expressivos padrões morais, éticos, sociais e familiares de um cidadão bem-sucedido na vida profissional, social e familiar.
João Calixta comemorando aniversário ao lado do povo
A OBRA
Título: “João Jales Dantas (João Calixta): o homem que acreditou no trabalho”
Autor: Antônio Gilberto de Oliveira Jales
Orelha: Manoel Mário de Oliveira
Prefácio: Benedito Vasconcelos Mendes
Arte da Capa e Projeto Gráfico: Augusto Paiva
Digitação e Revisão: Misherlany Gouthier
Ficha Catalográfica: Keina Cristina Santos Souza
Fotos: Arquivos do autor
Impressão: Offset Editora
SOBRE O ESCRITOR
Nascido em 13 de outubro de 1962, em Messias Targino-RN, atualmente aos 62 anos, Gilberto Jales é casado com Maria do Amparo Mendonça Bezerra Jales, pais de um casal de filhos – Liliane e João Gilberto – que ampliaram o núcleo familiar dando-lhes netos, genro e nora.
Bem-sucedido na trajetória pessoal e profissional, Jales é Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte desde 8 de maio de 2013, indicado pela então governadora Rosalba Ciarlini; presidiu o órgão fiscalizador das contas públicas por dois mandatos, nos biênios 2017-2018 e 2023-2024.
Geólogo com especialização em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos, com mestrado em Irrigação e Drenagem, Jales acumula vasta experiência em gestão pública, com atuação destacada na Prefeitura de Mossoró e no Governo do Estado; antes, desempenhou atividades na área de formação na iniciativa privada, além de professor universitário.
Em Mossoró, ocupou os cargos de Secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e de Diretor Executivo da Gerência de Gestão Ambiental, tendo levado a cidade a alcançar por duas vezes o Prêmio “Gestão Pública e cidadania” da Fundação Getúlio Vargas, BNDES e Fundação Ford, com os Projetos ÁGUA VIVA LUZ DO SOL e PROCAP. No Estado, ocupou as secretarias estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e de Assuntos Fundiários e Reforma Agrária.
Autor de vários livros, esta talvez seja a mais significativa na carreira dele de escritor.
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