Sábado, 24 de maio de 2025

Postado às 12h45 | 23 Mai 2025 | redação Ícone mundial da fotografia, Sebastião Salgado morre aos 81 anos

Crédito da foto: Joel Saget/AFP/Arquivo Sebastião Salgado em imagem de 18 de maio de 2021, em Paris

Sebastião Salgado, considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo.

"Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora", diz o texto.

Considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu na cidade de Aimorés, Minas Gerais, em 1944. O mineiro foi mestre na arte de retratar a alma humana e do planeta em preto e branco. Suas lentes captaram momentos históricos e gente simples, as maiores belezas da natureza e sua degradação.

Ele percorreu mais de 120 países, tendo projetos marcados na história da fotografia mundial, como “Trabalhadores”, “Gênesis” e “Êxodos”.

Salgado era formado em economia, mas descobriu sua verdadeira paixão - a fotografia - em 1973. Desde então, nunca mais deixou esse mundo. Em 1998, ao lado da esposa Leila, fundou o Instituto Terra, em sua luta pelo reflorestamento da Mata Atlântica brasileira e do planeta em geral.

Sebastião Salgado em foto na Somerset House, em Londres, durante entrevista sobre prêmio em reconhecimento a sua carreira dado pela Organização Mundial de Fotografia — Foto: Benjamin Cremel/AFP

Sebastião Salgado em foto na Somerset House, em Londres, durante entrevista sobre prêmio em reconhecimento a sua carreira dado pela Organização Mundial de Fotografia — Foto: Benjamin Cremel/AFP

 

"A fotografia é o espelho da sociedade", declarou ao ser premiado em Londres por sua carreira, resumindo o objetivo que buscou com meio século de trabalho, concentrado nos últimos anos na proteção da natureza.

"Um fotógrafo tem o privilégio de estar onde as coisas acontecem. Em uma exposição como esta, as pessoas me dizem que sou um artista e eu digo que não, sou um fotógrafo e é um grande privilégio ser um fotógrafo. Tenho sido um emissário da sociedade da qual faço parte".

Em 2024, anunciou sua aposentadoria do trabalho de campo. Em entrevista ao jornal The Guardian, disse que seu corpo estava sentindo “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.

"Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais. Já vivi tanto e vi tantas coisas", disse ao jornal inglês.

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