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Postado às 08h40 | 31 Mar 2017 | Edinaldo Moreno Médicos das UPAs podem suspender atendimento nesta segunda-feira (3)

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Amina Costa/Da Redação

Nesta quinta-feira, 30, a associação de Serviços de Assistência Médica e Ambulatorial (SAMA) informou que poderá paralisar os serviços médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Mossoró a partir da próxima segunda-feira, 3. O motivo é o atraso no pagamento dos médicos plantonistas.

De acordo com a nota, a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) deve os valores referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro dos serviços médicos prestados nas três UPAs do Município. Também existe o débito do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que não é pago desde o mês de setembro de 2015, por isso, está suspenso desde o dia 1.º de março.

De acordo com o presidente da Sama, Diego Dantas, o débito que o Município tem com a associação é de quase R$ 3 milhões. “A Prefeitura deve repassar R$ 200 mil para cada UPA por mês. Como são três unidades e o débito é de quatro meses, soma-se o valor de R$ 2,4 milhões somente para as UPAs. O débito para o SVO é de R$ 300 mil, já que são seis meses sem repasse e o custo para o serviço é de R$ 50 mil mensalmente”, explicou.

Diante do valor milionário, Diego Dantas explica que a Sama não pode continuar com o atendimento médico porque tem de arcar com custos que são fixos da associação. O médico também lamenta que a situação tenha chegado a esse ponto, uma vez que, ocorrendo a paralisação, a população será bastante prejudicada.

“Não tem como a Sama continuar arcando com os custos, sem o repasse da Prefeitura. Lamentamos muito que a situação tenha chegado a esse ponto e esperamos que tudo se resolva sem que haja a necessidade de paralisação, uma vez que as UPAs de Mossoró estão atendendo uma média de 2 mil pessoas por dia. Ou seja, o nosso serviço é de suma importância para o Município”, disse.

Atualmente, as UPAs de Mossoró contam com, pelo menos, três médicos em escalas de plantões que duram 24 horas. O presidente da Sama explicou que, durante este período chuvoso, os atendimentos praticamente triplicam e que uma paralisação neste momento só acarretaria problemas para a população.

“Nós decidimos paralisar, caso não haja repasse, apenas na segunda-feira, porque não é certo que, durante o final de semana, os mossoroenses fiquem sem atendimento médico nas UPAs”, finalizou o presidente da Sama.

A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria de Saúde do Município para averiguar a possibilidade de pagamento do débito. No entanto, até o fechamento desta edição, a secretária de Comunicação, Aglair Abreu, informou que não conseguiu contactar o secretário da pasta.

“O secretário cumpre agenda oficial e não se encontra em Mossoró, por isso não conseguimos entrar em contato com ele”, explicou Agair, complementando que a Prefeitura disponibilizará todas as informações necessárias assim que o secretário retornar ao município.

 

Audiência discutirá os débitos da PMM com a Sama

Esta não é a primeira vez que a Sama ameaça suspender os serviços médicos prestados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Mossoró. Por esse motivo, corre na Justiça uma ação que pode obrigar o Município a quitar o débito existente.

De acordo com o presidente da Sama, Diego Dantas, na próxima segunda-feira, 3, será realizada uma audiência, a partir das 9h, para discutir sobre o débito milionário que a Prefeitura tem com a Sama. O médico chegou a afirmar que a associação não pode arcar com os custos elevados para manter os serviços em dia.

Enquanto a questão financeira não é resolvida, a população fica apreensiva com a possível paralisação dos serviços médicos prestados nas UPAs. As unidades são referência em atendimento médico do município, já que são realizados, diariamente, cerca de 2 mil atendimentos nas três unidades que funcionam em Mossoró.

“Cada UPA está recebendo, por dia, uma média de 600 a 700 atendimentos. Esse número é bem elevado e demonstra a necessidade manter o serviço em pleno funcionamento”, disse o presidente da Sama, Diego Dantas. 

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