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Postado às 11h26 | 20 Mar 2017 | Cesar Santos 'Carne Fraca': União Europeia vai suspender empresas envolvidas em escándalo

China e Coreia do Sul também vão barrar compras, segundo agências. Governo ainda não se manifestou

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Do G1 - Brasília

Comissão Europeia disse nesta segunda-feira (20) que está monitorando as importações de carne do Brasil e que todas as empresas envolvidas em um escândalo de carne ilegal terão acesso negado ao mercado da União Europeia temporariamente. O nome de nenhuma empresa foi citado.

"A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE", disse o porta-voz da Comissão Europeia Enrico Brivio em coletiva de imprensa regular.

De acordo com Brivio, a Comissão está ciente da contínua investigação no Brasil. "Assim que a história saiu, na sexta-feira, a comissão pediu esclarecimento e ação das autoridades brasileiras."

O Ministério da Agricultura afirmou que 'não existe risco' sanitário pelo consumo de carne no país. Para tentar tranquilizar os países que importam do Brasil, o presidente Michel Temer convidou embaixadores para um churrasco em restaurante de Brasília.

Operação Carne Fraca

Na última sexta-feira (17), uma investigação divulgada pela Polícia Federal apontou um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos no país. No total, são 21 empresas investigadas, entre elas as maiores do setor, mas apenas 3 frigoríficos foram interditados.

- Policiais envolvidos - 1,1 mil

- Prisões preventivas – 26

- Prisões temporárias -11

- Total de busca contra pessoas – 11

- Total de buscas contra empresas – 70

- Empresas investigadas - 21 (entre elas 3 foram interditadas)

Reação na Europa

Questionado sobre o tipo de carne envolvida na investigação - e que terá a compra suspensa -, o porta-voz afirmou que, de acordo com relatos iniciais, trata-se de frango, em sua maior parte.

A Comissão acrescentou que o escândalo da carne não terá qualquer impacto nas negociações em curso entre a União Europeia e o Mercosul, no qual os dois lados esperam chegar a acordos sobre livre comércio.

 

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e o Itamaraty foram procurados pelo G1, mas ainda não se pronunciaram sobre as afirmações da União Europeia.

De acordo com o comentarista da Globo News Valdo Cruz, o ministro da Agricultura Blairo Maggi confirmou a informação de que a China, a Coreia e a União Europeia devem mesmo suspender a importação de carne das unidades investigadas.

O ministro terá uma conferência com as autoridades da China para discutir esse assunto, segundo o comentarista. O governo quer trabalhar para que o embargo fique restrito somente às 21 unidades investigadas; e não a todas unidades exportadoras.

Coreia do Sul

A Coreia do Sul também disse nesta segunda-feira que vai intensificar a fiscalização de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos da BRF após o escândalo deflagrado pela Operação Carne Fraca na semana passada. De acordo com a agência Reuters, as informações estão em um comunicado do Ministério da Agricultura sul-coreano.

O ministério disse que fornecedores brasileiros de carne de frango terão que enviar um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro. Mais de 80% das 107.400 toneladas de frango importadas pela Coreia do Sul no ano passado vieram do Brasil, sendo quase metade fornecida pela BRF.

Por meio de nota, a BRF informou que não foi notificada oficialmente a respeito dessa "suposta suspensão" e por isso não vai se manifestar." A companhia reitera que cumpre todos os padrões exigidos pelas autoridades brasileiras e dos países em que opera. O governo brasileiro e a embaixada da Coreia do Sul foram procurados pelo G1, mas ainda não se pronunciaram.

China

A China também disse ter suspendido temporariamente, como "medida de precaução", a importação de carne brasileira depois do escândalo revelado na semana passada, de acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters.

O governo brasileiro e a embaixada da China no Brasil foram procurados pelo G1, mas ainda não enviou comunicado.

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