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Postado às 13h36 | 14 Mar 2017 | Fabio Vale Professor da Ufersa lança romance sobre histórias esquecidas do Brasil no século XIX

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Muito da história do Brasil não consta nos livros ou foram mal contadas. Com o intuito de resgatar parte da memória do país e tornar o repasse dessas informações mais atrativas, o professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Carmelindo Rodrigues da Silva, lançou nesta terça-feira, 14, no Auditório da Biblioteca Orlando Teixeira, o livro Os Associados: uma luta contra a intolerância. Trata-se de um romance contextualizado a partir de fatos históricos ocorridos no Século XIX. “Um século marcado por acontecimentos importantes, mas também repleto de fatos que não estão registrados ou que no decorrer do tempo foram ficando esquecidos”, justifica o autor do livro.

O lançamento do livro do professor Carmelindo Rodrigues foi uma iniciativa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas, e do Sistema Integrado de Bibliotecas Orlando Teixeira da Ufersa. “Não é apenas por ser um livro, a importância está na essência, na tese contida nele”, afirmou a professora Ludimilla Oliveira, diretora do CCSA.  Por sua vez, a diretora do Sistema de Biblioteca, Keina Cristina Silva, considerou importante o lançamento no ambiente universitário. “A produção da escrita dentro da instituição é muito importante, seja por docentes ou técnico-administrativos, principalmente, resultando num livro, com o próprio autor falando da obra”, ressaltou. O lançamento também foi prestigiado pelo reitor, José de Arimatea de Matos, e demais professores. Na ocasião, o reitor enalteceu o trabalho da Editora da Ufersa que tem incentivado a publicação pelos servidores da Universidade.

A OBRA

Ao falar do livro, o professor Carmelindo Rodrigues, enumerou a vinda da Família Real para o Brasil, em 1808; a Independência, em 1822; a primeira Carta Magna, em 1824; a Lei Euzébio de Queiroz, em 1850; a Lei Aurea, em 1888; a Proclamação da República, em 1889; enfim, fatos foram abordados apenas na visão dos colonizadores, deixando lacunas que perduram até os dias atuais.

O autor adianta que a proposta do romance é despertar o interesse pela história do país. “Os nossos estudantes sabem muito pouco sobre a história das navegações é, principalmente, que o fato só ocorreu devido ao desenvolvimento tecnológico da época”, pontuou. O romance foi escrito dentro desse conconteudo histórico do Século XIX.

O professor lembrou, por exemplo, a questão dos negros africanos escravizados que tiveram importantes fatos históricos esquecidos pelos dominadores do poder. “Ao perder parte de sua história, o Brasil é o reflexo do que temos hoje”, pontuou ao justificar as condições vivenciadas pela sociedade nos dias atuais.

Segundo o professor Carmelindo Rodrigues poucos sabem que um escravo, ao desembarcar no Brasil, tinha expectativa de vida de apenas 07 anos. Outro fato importante é de que a escravidão no país foi proibida em 1831, ou seja, 57 anos antes da Leia Áurea, ocorrida em 1888. A chegada dos primeiros protestantes, em 1850 e, a intolerância racial contra negros, judeus e árabes,  são fatos ocorridos no Século XIX que contextualizam a vida dos personagens do romance Os Associados: uma luta contra a intolerância.

No livro, o professor abordar ainda os reflexos da Guerra do Paraguai que contou com decisiva participação da população negra. “O Brasil não estava preparado para a guerra e, o quadro se reverteu após a participação dos negros no combate onde para cada soldado branco havia cerca de 30 negros”, frisou Carmelindo Rodrigues. Ao resumir o romance, o professor foi conciso ao afirmar que “trata-se de um drama com fundamentações verdadeiras”.

 

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