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Postado às 16h28 | 08 Mar 2017 | Fabio Vale Exportações de frutas no RN crescem 45,26% em janeiro e fevereiro

Superávit na balança comercial do RN foi de US$ 40,14 milhões, segundo o Ministério da Indústria

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As exportações do Rio Grande do Nortes cresceram 45,26%. A variação corresponde aos meses de janeiro e fevereiro deste ano comparado ao mesmo período de 2016. O volume exportado no período é de US$ 60,66 milhões. Por outro lado, o estado teve uma queda de -2,93% nas importações que registraram US$ 20,52 milhões.

O superávit na balança comercial do RN foi de US$ 40,14 milhões em janeiro e fevereiro deste ano, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Mesmo assim, a participação do estado no volume de exportação nacional ainda é ínfima, corresponde a 0,2% do total. Das 27 unidades federativas, o RN é o 20° no ranking de exportações.

Do total exportado, US$ 26,3 milhões foram de melões frescos com variação de 169,7% relativos a US$16,55 milhões em relação ao ano passado. Em segundo lugar na balança comercial do RN aparecem os demais produtos básicos (23%), com volume de US$ 14,1 milhões; castanha de caju (6,7%) ou US$ 4,6 milhões; peixe congelados, frescos ou refrigerados (5,2%) ou US$ 3,18 milhões. De produtos manufaturados, o primeiro na pauta são tecidos de algodão (3,4%) que corresponde a US$ 2,09 milhões com registro de queda de -34,2%, um volume de US$ 1,08 milhão.

Segundo o coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE-RN), Aldemir Freire, a grande novidade dos volumes divulgados pelo MDIC é que "ocorreu o crescimento das exportações puxadas por melão  melancia (frescos), basicamente". Desde 2015 e 2016 a produção de melão no Ceará entrou em colapso por causa da sena, e a atividade no estado vizinho, que vinha produzindo mais que o RN. O CE depende de água superficial, em especial do rio Jaguaribe que atende ao Baixo vale do Jaguaribe, que está com pouco volume tornando-se impraticável para fruticultura irrigada.

Com a seca afetando os reservatórios superficiais do Ceará, os grandes produtores de melão e melancia migraram para o Rio Grande do Norte que tem reservas subterrâneas de água, assinalou Aldemir Freire. Mesmo com a estiagem prolongada deseis anos, por causa do fator água subterrânea, a fruticultura irrigada potiguar leva vantagem temporária mas não há certeza de grande volume de produção no futuro se a seca persistir esse ano.

No RN, também houve migração das culturas irrigadas que deixaram o Vale do Assu por causa da seca, e migraram para o Alto Oeste. "Assu não produz quase nada desde 2015", frisou o coordenador do IBGE. O município tem uma dependência grande de águas superficiais, principalmente, da barragem Armando Ribeiro Gonçalves que está com um dos mais baixos níveis de sua história e o governo começou ano passado, a controlar a água para a irrigação. É preciso que as chuvas recomponham o lençol freático que abastece os reservatórios subterrâneos em regiões como Baraúna, Apodi e Assu, produtores de frutas, para que não aconteça com o RN que no Ceará.

"Se não entrarmos em seca, a oferta hídrica vai garantir a posição (de maior produtor de melão). Não será sustentável por longo prazo se (a produção) for ancorada apenas pela crise hídrica", destacou Aldemir Freire.

No momento, pelos números divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o RN tem sido beneficiado e o aumento nas exportações significa mais recursos que entram na economia estadual fortemente prejudicado pelos altos índices de desemprego que afetam principalmente o setor de comércio e serviços, e a indústria.

"Este é um bom momento de se planejas e garantir infraestrutura para mantes essas empresas no estado", explicou Freire.

Ocupação

Do final de 2014 ara 2016, o número de pessoas ocupadas na agropecuária potiguar tem se mantido estável. No quarto trimestre de 2014 o setor tinha 103 mil pessoas ocupadas. Em igual período de 2015, eram 115 mil, e no quarto trimestre de 2016, caiu a 108 mil. O desemprego tirou cerca de 40 mil pessoas do mercado agropecuário, e depois, se estabilizou na casa dos 110 mil, complementou Aldemir Freire. A explicação para a estabilidade no cenário de desemprego geral no estado é a chegada das empresas produtoras de frutas irrigadas. 

 

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