Terça-Feira, 23 de abril de 2024

Postado às 11h13 | 02 Fev 2017 | Cesar Santos Acerta o governador quando deixa novo presí­dio longe de Mossoró

Cidade não poderia ser penalizada com mais um presí­dio

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Por César Santos

Através de sua conta nas redes sociais, o governador Robinson Faria (PSD) negou a construção de novo presídio em Mossoró. Ele escreveu: “Esclareço aos mossoroenses que não considero em hipótese nenhuma construir presídio estadual na cidade.”

Ufa! Melhor assim, governador.

Mossoró não suportaria mais uma nova “caixa” de guardar bandidos. Basta a Cadeia Pública, a Penitenciária Mário Negócio e o Presídio Federal, que juntas reúnem bandidos de todos os naipes e níveis de periculosidade. Por consequência, produzem a formação de um cordão de miséria e crimes que formam do lado de fora, fazendo vítima, principalmente o cidadão de bem.

Basta observar o elevado índice de criminalidade em Mossoró. Em números de homicídios, em 2016, assumiu o lugar de cidade mais violenta do Rio Grande do Norte. Foram mais de 200 assassinatos. O início do ano de 2017 mantém a mesma “pegada”, com 21 homicídios registrados em 31 dias.

Somam-se aí o número de assaltos, roubos, entre outras modalidades de crimes incontáveis. Por consequência, o cidadão de bem se tornou refém, preso dentro de casa, assustado com as ruas violentas.

Não há um estudo preciso que comprove que o “complexo” prisional de Mossoró é responsável pela escalada da violência. Nem as autoridades em segurança falam abertamente sobre o assunto. No entanto, não há como negar que a concentração de “caixas de bandidos”, com implantação do Presídio Federal, em 2009, fez crescer os índices de criminalidade na cidade.

O tráfico de drogas avançou, com grandes grupos travando guerra pelo controle do “mercado” local, e produzindo mortes em grande escala, de acordo com as suas necessidades.

Estudiosos de complexos prisionais do país afirmam que a concentração de presídios em área urbana produz um “cordão de miséria” que leva ao crime. Pouco importa se os presídios são de segurança máxima, porque o cenário de crime se forma ao seu redor. São membros de grupos liderados por bandidos que estão nesses presídios, que fincam seus alicerces nas cidades e, a partir daí, cometem crimes de toda ordem.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, onde existe o maior complexo prisional do País, o quadro de miséria é absurdo e, igualmente, o índice de violência. Em áreas com esse perfil, o desenvolvimento emperra. Quem investiria numa cidade com um cordão de presídios? Veja Mossoró neste conconteudo.

Pois bem.

O governador Robinson Faria acerta quando decide que a segunda mais importante cidade do estado não receberá outro presídio. É um alívio ao cidadão de bem, que já sofre com a escalada desenfreada da violência. E que se “armava” para resistir a um novo “caldeirão do diabo”.

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