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Postado às 09h10 | 25 Nov 2016 | Edinaldo Moreno Especialistas alertam para prevenção da chikungunya

Segundo os especialistas, em 2017 poderá acontecer o surto da doença

Crédito da foto: Foto: Arquivo

Amina Costa – Da Redação

Recentemente, especialistas apontaram a possibilidade de que em 2017 ocorra um surto da febre chikungunya, que é provocada pelo mosquito Aedes aegypti. Para que isso não aconteça, é importante que sejam adotadas, desde agora, medidas de prevenção à proliferação do mosquito.

A Secretaria de Saúde de Mossoró informou que o Município participará do Dia Nacional Contra o Aedes Aegypti, que acontece no dia 2 de dezembro, e que os agentes de endemias continuam o trabalho de conscientização da população para os cuidados com o mosquito.

“Os agentes de endemias seguem as visitas às casas para averiguar se existe algum foco do mosquito que provoca essas doenças. Também disponibilizamos um número para que as pessoas possam agendar as visitas dos agentes em suas residências. Pelo número 3315-4833, a população também pode fazer denúncias de focos do mosquito”, informou a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde.

Os problemas que a febre chikungunya causam são imensos e seus sintomas podem ser sentidos por anos. O fisioterapeuta Pedro Henrique Lopes esclarece que a chikungunya é uma doença muito semelhante à dengue, cujos sintomas são febre, dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça, apatia e cansaço. No entanto, a principal diferença da doença em relação à dengue são as dores nas articulações que são acompanhadas pelo inchaço, pela vermelhidão e pela dor no local.

“O paciente vai desenvolver uma série de limitações funcionais, ele vai perder a capacidade ou ter dificuldade de realizar suas atividades de vida normal em função dessa dor”, explica o fisioterapeuta.

Pedro Henrique acrescenta que se o paciente tiver algum histórico de doença reumatológica, os sintomas da chikungunya podem ser mais agravados.

Ainda conforme as informações repassadas pelo fisioterapeuta, a chikungunya pode ser subdivida em três fases. “A primeira fase pode perdurar por até 15 dias. A segunda, dura até três meses e a terceira fase entre cinco meses e cinco anos, porém esses achados ainda estão em processo de investigação”, disse.

O diagnóstico do paciente com chikungunya deve ser feito por um reumatologista ou um infectologista, que definirá a forma correta para o tratamento do paciente. “A forma de tratamento pode ser medicamentosa ou fisioterapêutica, em que o fisioterapeuta vai trabalhar com analgesia, ou seja, a terapia voltada para o alivio da dor, e as mobilizações articulares pra diminuir a rigidez que o paciente apresenta”, informou o profissional.

Diante das consequências da febre chikungunya, é importante manter o controle do mosquito Aedes aegypti, uma vez que ele é o principal transmissor da doença. A população precisa estar consciente de que prevenir é sempre a melhor alternativa.

 

 Casos de chikungunya superaram os de dengue em Mossoró

Apesar de os especialistas afirmar que o surto de febre chikungunya acontecerá em 2017, em Mossoró a situação já é bem complicada desde o início deste ano. Até o mês de outubro, a Secretaria de Saúde de Mossoró havia registrado 4.193 casos em 2016.

Enquanto isso, foram registrados 2.969 casos de dengue de janeiro a outubro e 774 casos de zika durante o mesmo período. Em todas as doenças provocadas pelo Aedes aegypti, o mês em que foram registrados mais casos foi em março. No caso da febre chikungunya, 2.031 pacientes foram diagnosticados neste mês.

Durante este período, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) ficaram lotadas e os atendimentos também ficaram comprometidos porque muitos dos profissionais de saúde também foram acometidos com a doença. “Nunca tinha vista as unidades de saúde tão lotadas. E era uma doença que atingia crianças e idosos. Os sintomas eram horríveis”, disse a estudante Ana Luísa.

Mesmo com o alto índice de casos de chikungunya, a Secretaria de Saúde informou que o município de Mossoró reduziu de 5,4% para 3,9% o índice de infestação e incidência do Aedes aegypti. Os dados foram coletados pelos agentes de endemias nos imóveis, no período de 17 a 22 de outubro deste ano.

De acordo com Karla Cartaxo, coordenadora da Unidade de Endemias, setor responsável pela pesquisa, a população precisa manter a vigilância e destruir todos os criadouros do mosquito. “Nós continuamos orientando todas as pessoas a fazer uma faxina em suas casas e eliminar todos os recipientes que favoreçam a proliferação do mosquito”, orienta.

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