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Postado às 15h37 | 24 Nov 2016 | Fabio Vale Museu Cámara Cascudo completa 56 anos

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O Museu Câmara Cascudo (MCC) nem sempre foi um museu. Sua história começa no ano de 1960 com a criação do primeiro centro de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), então chamado Instituto de Antropologia. Este centro de pesquisa mostrou-se tão importante para a Universidade que acabou dando origem a diversos centros e departamentos acadêmicos e, mais tarde, ao primeiro museu da instituição, o Museu Câmara Cascudo, que completa nesta terça-feira, 22 de novembro, 56 anos.   
 
Fundado por Luiz da Câmara Cascudo, José Nunes Cabral de Carvalho, Veríssimo Pinheiro de Melo e Dom Nivaldo Monte, o Instituto de Antropologia foi por mais de uma década, de 1960 a 1974, um dos centros de pesquisa mais produtivos do Brasil. Mas, com a modificação da estrutura da Universidade, ocasionada pela Reforma Universitária do início da década de 1970, teve que ser extinto.

Foi aí, para que suas coleções e toda a sua infraestrutura não se perdesse, que o Instituto de Antropologia se transformou no que hoje conhecemos como Museu Câmara Cascudo: um museu universitário de ciências naturais e antropológicas, cuja função primordial é educativa;  e destina-se a realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão. A missão do MCC consiste na conservação, preservação, investigação, exposição e divulgação do patrimônio histórico, natural e cultural do Rio Grande do Norte sob sua guarda, bem como a formação e ampliação de coleções referentes a esse patrimônio, que servem de suporte ao desenvolvimento e atualização das atividades científicas e pedagógico-culturais.

Hoje o Câmara Cascudo é o maior e mais conhecido museu do estado e não são apenas os pesquisadores universitários que se beneficiam de tudo o que ele pode oferecer como fonte de pesquisas importantes para a ciência. O MCC é também um importante e atrativo equipamento turístico estadual, visitado todos os dias por pessoas do mundo inteiro. No campo da educação, ainda, é um dos locais mais procurados por professores de diversas disciplinas para aulas de campo com as suas turmas de ensino fundamental e médio, tanto de escolas da rede pública como particulares, inclusive de outros estados. Todos os que visitam o Museu dizem que não apenas o fazem para aprender e ampliar o seu contato com a ciência, mas também para se maravilhar com as belezas de suas exposições.

Entre o rico acervo do MCC encontra-se o arquivo do Diário de Natal
 
Natal possui atualmente mais de 22 museus e o Rio Grande do Norte mais de 60, a maioria deles voltada para a cultura popular e a história do Estado. O Museu Câmara Cascudo/UFRN se diferencia de todos, pois apresenta acervos com temas relacionados à ciência e sua interação com o espaço físico e meio ambiente. Atualmente quem visita o MCC pode conhecer diferentes coleções como: Acervo de Paleontologia, que apresenta a Coleção Onofre Lopes, composta de aproximadamente de vertebrados com aproximadamente 4 mil peças; Coleção Vingt-Un Rosado, composta de Fósseis da Bacia Potiguar; Coleção Antônio Campos, composta de amostras de rochas; Mostra de Icnologia, com evidências/vestígios de ações de organismos em geral, desde o período dos dinossauros; Mostra de Malacologia, composta por conchas e com aproximadamente 900 bens tombados; Coleção de Anatomia Comparada, com peças individuais e esqueletos completos de vertebrados. Além destes, destacam-se ainda o Acervo de Arqueologia, com aproximadamente 42.783 bens de Peças Líticas Lascadas; Peças Líticas Polidas; Peças Cerâmicas Pré-Históricas e Históricas e um Herbário com cerca de 950 espécimes de Plantas terrestres (Fanerógamas); Organismos aquáticos (Algas).

Há três anos o MCC recebeu um importante acervo para guarda, o Arquivo do Diário de Natal, um dos mais importante jornais diários do Estado, que deixou de circular no ano de 2012. Este acervo foi transferido para o MCC em setembro de 2013, quando o grupo Diários Associados, proprietário do Diário de Natal, cedeu em regime de comodato todo o material à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) por um período de 20 anos. São cerca de 30 mil jornais, fotografias e microfilmes que encontram-se temporariamente armazenados em uma sala do Setor Expositivo a espera de um novo espaço físico para sua devida organização.

Há cerca de três meses, uma outra importante aquisição chegou ao MCC, um fóssil pré-histórico do mastodonte, animal semelhante ao elefante atual, que viveu há mais de 10 mil anos nas Américas do Norte e do Sul.  O material foi encontrado por estudantes moradores da zona rural de Florânia, município da Região Central do Rio Grande do Norte, localizado a 216 quilômetros de Natal. A confirmação que se tratava de um fóssil pré-histórico do mastodonte foi confirmada por meio de profissionais do Museu que viajaram ao local do achado, nos dias 12 e 13 de agosto, para o reconhecimento da espécie.
 
Também faz parte das coleções do MCC o Acervo Documental e o Acervo Bibliográfico. O primeiro, refere-se a um arquivo em idade permanente, ou seja, toda a documentação existente já cumpriu a função para a qual foi produzida e, embora não apresente no momento nenhum valor administrativo, o acervo constitui uma importante fonte para a pesquisa e para o conhecimento da história da instituição. Já o Acervo Bibliográfico abriga várias coleções, como de História Geral, História do Rio Grande do Norte, resumos, anais, cordéis, e o acervo do ex-diretor do Museu, Veríssimo de Melo, doado ao museu pela família do mesmo.

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