Quarta-Feira, 24 de abril de 2024

Postado às 09h34 | 13 Nov 2016 | Cesar Santos Devemos nos preocupar com a eleição de Trump nos Estados Unidos?

Quem é esse contingente que elegeu um discurso insano

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Quem é esse contingente que preferiu ser liderado por um homem com discurso insano, em detrimento de mais uma gestão dos democratas?

O Trump, assim como o Donald brasileiro, desencadeou e desencadeia uma ira contra as mulheres, negros, feministas, estrangeiros, LGBTs, que acaba sendo escondida pela hipocrisia diplomática do “politicamente correto” que boa parte da população carrega. Eles são as vozes de uma parte da sociedade que busca representação e não encontra nos políticos cínicos. São carentes. Querem atenção.

Isso é perigoso? É.

A política não pode jamais ser vista apenas pelo viés econômico. Quantos analistas políticos fizeram uma análise mais profunda dos impactos culturais que um presidente dos EUA com características à la Trump causaria no resto do mundo?

Os Estados Unidos da América não são apenas uma potência econômica; antes de tudo, são uma potência mundial que influencia cada centímetro do cotidiano dos homens e mulheres ocidentais.

Em um breve estudo do cinema aliado ao comportamento humano, podemos encontrar diversas passagens que constatam os EUA como o espelho do mundo. Na França, por exemplo, observou-se que a partir da entrada forte do cinema americano, os franceses começaram a mudar o seu modo de andar, aderindo ao modo norte-americano.

Além disso, podemos ressaltar a influência exercida pela Michelle Obama. Ela inspirou diversas mulheres e o empoderamento. Os seus discursos ecoaram através de um mundo de opressão, esclarecendo acerca do machismo, do patriarcalismo, do racismo e outras pautas sociais. Isso aconteceu, pois ali não falava apenas uma mulher negra e empoderada, mas, sim, a primeira-dama dos EUA.

Pois bem.

O que isso tem a ver com a vitória do Trump? Ele é uma grande incógnita para todo o mundo, isso é fato. É difícil saber se o real problema é Trump ser tudo aquilo que diz e utilizar-se do poder para implementar discursos de ódio que vão influenciar todo o mundo, ou se o perigoso é já termos um número tão elevado de pessoas que pensam e/ou corroboram com esse discurso, sendo o suficiente para elegê-lo.

Os EUA ditam as regras. Coordenam a economia mundial, a política, os acordos, estão na dianteira dos direitos humanos. Então, é preocupante.

O discurso de Trump ocasionou uma grande ruptura nas conquistas que os diversos movimentos sociais pró-direitos humanos conquistaram nos últimos anos. E, de quebra, encorajou diversos “loucos” homofóbicos, agressores, preconceituosos, xenófobos etc., espalhados pelo mundo.

Nós temos o nosso. Em 2018, ele vem aí; Bolsonaro já cantou sua candidatura. E Trump provou que tudo é possível.

(Brena Santos – Advogada)

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