Quinta-Feira, 28 de março de 2024

Postado às 14h06 | 03 Out 2016 | Cesar Santos Vitória devolve Rosalba Ciarlini ao cenário polí­tico local e estadual

Prefeita eleita venceu o poderio de forças ocultas

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Por César Santos

A passagem de quatro anos no cargo de governadora do Rio Grande do Norte, entre 2011 e 2014, valeu a Rosalba Ciarlini a dúvida da história de gestora competente e política vitoriosa construída em três décadas. Foi como se tudo tivesse ido ao chão, sem direito a retorno.

Prevaleceu o movimento agressivo de grupos poderosos da política estadual, como Alves e Maia, massificando a ideia de desastre na administração estadual. As coisas boas eram escondidas; as ruins, potencializadas. Foram quatro anos de massacre, com o golpe final em junho de 2014, naquela convenção do Democratas, comandada pelo senador José Agripino, em que ficou determinado que o partido não daria legenda para Rosalba concorrer à reeleição.

Logo Agripino, um parceiro de quatro décadas?

Ele tinha outro plano, devidamente convencionado com os Alves, que era, de forma bem direta, eliminar uma possível e provável liderança estadual de Rosalba, para o Estado político potiguar continuar dividido meio a meio entre Alves e Maia. E assim foi feito.

Rosalba não teve direito à voz, viu a disputa de sua própria sucessão ter sido transformada em artilharia contra a sua imagem, sem ter podido se defender porque não tinha direito ao horário eleitoral no rádio e na televisão.

Rosalba concluiu o mandato. Saiu de cena. Respirou o ar puro longe dos bastidores de uma política fétida.

Antes, viu Alves e Maias terem perdido as eleições para Robinson Faria (PSD), como um castigo do pecado cometido. E, depois, observou silenciosamente o governo Robinson andar na carona no RN Sustentável, o maior programa de desenvolvimento da história do RN, criado e pensado por ela.

Rosalba sabia, diante de tudo aquilo, que não era o fim, como de fato não foi. Daí, atendeu a convocação de seus conterrâneos, sofridos com a gestão municipal que aí está, para fazer, de novo, a reconstrução de Mossoró.

Pois bem...

A vitória neste domingo, 2, não é apenas o retorno à segunda maior Prefeitura do Rio Grande do Norte. Tem um significado maior, porque se apresenta, de forma bem clara, que o ponto de partida da carreira vitoriosa, nas eleições de 1988, pode perfeitamente ter o marco de um novo tempo para o rosalbismo.

Porém, percorrer o novo caminho não será fácil. Rosalba herdará uma Prefeitura quebrada, assim como recebeu o Governo do RN em janeiro de 2011, e com dificuldades ainda mais profundas, guardadas as devidas proporções. Ela vai precisar usar toda a sua experiência e capacidade de trabalhar para resolver os problemas agudos que afetam a vida das pessoas.

Se conseguir muito com o pouco que tem, certamente se credenciará para coisas maiores no futuro. O cidadão mossoroense lhe concedeu a nova chance; agora é com ela.

* Leia os bastidores da política no BLOG DO CÉSAR SANTOS

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