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Postado às 09h41 | 30 Set 2016 | Cesar Santos Festa da Liberdade vai resistir, apesar da gestão Silveira Júnior

Maior evento histórico e cultura sofre com esvaziamento

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Blog do César Santos

A gestão do prefeito Silveira Júnior (PSD) acabou com a Festa da Liberdade. Por incompetência ou irresponsabilidade. Uma ou outra, é grave. As duas juntas, gravíssimo.

Trata-se do maior patrimônio histórico de Mossoró, que consolidou o 30 de setembro como data magna da cidade. Mais importante, até, do que a data de emancipação política, comumente festejada por munícipes.

A Festa da Liberdade potencializou as comemorações da abolição da escravatura, inserindo em sua programação eventos socioculturais para contar feitos como a libertação dos escravos cinco anos da Lei Áurea (1883); bravura do Motim das Mulheres (1875); a resistência ao bando do temido Lampião (1927); e o primeiro voto feminino de Celina Guimarães (1928)

. O mês de setembro respirava cultura, envolvia toda a sociedade no sentimento de orgulho pela história da terra e de nossa gente. O Auto da Liberdade e o Cortejo da Liberdade, o ápice. O primeiro, espetáculo em arena narrando, de forma teatral, os quatro grandes feitos. O segundo, grande cortejo em avenida, que tornou-se maior o que antes era o desfile cívico-militar.

Neste ano, a Festa da Liberdade encolheu, praticamente desapareceu. Hoje, 30 de setembro, o tradicional cortejo, envolvendo todas as expressões da sociedade mossoroense, se resumirá ao Desfile Militar pela Avenida Alberto Maranhão.

Acabou a Festa da Liberdade.

Cadê o Seminário Novas Liberdades?

A Caminhada Histórica da Liberdade?

O Cortejo Artístico Cultural? Os shows populares da liberdade?

O Auto?

O Cortejo da Liberdade?

No Palácio da Resistência, transformado em quartel general de Silveira, nenhuma resposta. Na pasta da cultura, que deixou de ser secretaria e passou a ser um “puxadinho” da Secretaria de Educação, nenhuma explicação.  A ordem é o silêncio. Se abrir a boca, o Jornal Oficial do Município (JOM) dará a resposta em tintas vivas da exoneração.

É o fim melancólico de uma gestão incapaz de entender o simples sentido da liberdade. De respeitar a história de um povo. De preservar o patrimônio de uma terra reconhecidamente libertária.

Mossoró sofre.

Difícil aceitar que o 30 de Setembro seja apenas um feriado. Acordar neste dia, sem o direito a comemorar nas ruas o feito do povo bravo, é voltar a sentir o peso das correntes que no passado deixaram marcas profundas.

De sorte, o povo bravo que não se ajoelha e que aprendeu a enfrentar o mais furioso de seus inimigos, tem força outra vez para resistir e não recuar, tirando das ruas o senhor prefeito que queria prolongar esse sofrimento por mais quatro anos.

As correntes foram quebradas; todas, sem exceção.

Liberdade, Liberdade, Mossoró! Ontem, hoje e sempre.

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