Terça-Feira, 23 de abril de 2024

Postado às 08h04 | 22 Set 2016 | Edinaldo Moreno Pacientes reclamam da falta de estrutura do Caps II

Eles relatam que o tratamento perdeu a qualidade depois dos problemas estruturais do prédio

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Pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II, localizado no bairro Nova Betânia (zona sul), reclamam da falta de estrutura da unidade, que é referência no tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes. De acordo com os pacientes, faltam merendeira, funcionários para a limpeza e estrutura física para que os atendimentos sejam mantidos.

Claudionor da Silva, que faz tratamento no Caps há oito anos, procurou o JORNAL DE FATO para relatar os problemas que envolvem a estrutura do local. Segundo ele, desde que o atendimento passou a ser realizado na atual residência, os problemas começaram a acontecer.

Foto: Marcos Garcia

“Aqui não tem água para a gente beber. Cada um tem que trazer a sua garrafa de água, que é para não passar sede. Quando tem água no gelágua, é porque algum funcionário ou até mesmo a gente fez uma cotinha e comprou o garrafão de água. Mas não é sempre que temos dinheiro para comprar”, relatou.

Outros problemas que envolvem a unidade do Caps II são a falta de merendeira e de auxiliar de serviços gerais, que é o funcionário responsável por realizar a limpeza do local. “A comida está se estragando, porque não tem merendeira para fazer a alimentação e os banheiros são muito sujos porque não tem ninguém para fazer a limpeza deles. Também não temos condições de fazer as atividades na piscina, pois ela está suja e imprópria para o banho”, disse Erialba Praxedes, que realiza o tratamento psicológico há mais de 10 anos.

A Secretaria de Saúde informou que existe uma pessoa designada para preparar a comida dos assistidos e realizar a limpeza do prédio. “Existe um funcionário destinado para fazer a merenda dos assistidos e realizar os serviços de limpeza. Mas, nós vamos averiguar se o serviço está sendo realizado, diante das informações passadas pelos pacientes do Caps”, informou a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde.

Em relação à piscina, que está suja e imprópria para a realização das atividades físicas, a secretaria informou que a empresa que era responsável pela manutenção das piscinas teve o contrato finalizado e a Prefeitura vai realizar uma licitação para a contratação de uma nova empresa. “Assim que a nova empresa for contratada, a manutenção da piscina vai ser normalizada e as atividades retomadas”, disse.

O atual prédio do Caps está com 19 meses de aluguel atrasado, por isso, a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) cogita a possibilidade de transferir os atendimentos para uma unidade própria, a fim de reduzir os custos com aluguéis. “A intenção da Prefeitura é diminuir os gastos com aluguel de imóveis. Estamos realizando esses cortes aos poucos e é bem provável que o Caps II também tenha alteração na sede para os atendimentos”, informou a Secretaria de Saúde.

Os pacientes informaram que os profissionais já chegaram a ameaçar paralisar as atividades devido à falta de estrutura do prédio. “Quem trabalha aqui já ameaçou parar de atender porque falta o mínimo. Não temos salas apropriadas para que os atendimentos sejam realizados, muitas não têm ventilador nem ar-condicionado. Fica insuportável ficar dentro da sala”, disse Erialba Praxedes.

Claudionor da Silva disse à reportagem que está percebendo a diminuição da eficácia do tratamento, devido aos problemas estruturais que a unidade está apresentando. “Como a gente não tem sala que sirva para os atendimentos, os profissionais estão frustrados porque não podem fazer mais por nós. Então, eu estou percebendo que o tratamento não está avançando”, desabafou.

O Caps II Antônio Herculano Soares de Oliveira oferece atendimento psiquiátrico, psicológico, de terapia ocupacional, assistência social, entre outros. Os atendimentos são realizados conforme a necessidade do tratamento de cada paciente. 

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