Quinta-Feira, 25 de abril de 2024

Postado às 10h35 | 11 Ago 2016 | Edinaldo Moreno Redução de vazão da barragem de Umari prejudica comunidades

Segundo moradores, a água da barragem não chega ao rio Mossoró

Crédito da foto: Foto: Marcos Garcia

A decisão de diminuir a vazão da comporta da barragem de Umari, na cidade de Upanema, tem causado efeitos negativos para diversas comunidades ribeirinhas em Mossoró. É o que afirma o senhor Marcos Antônio, residente de uma dessas localidades.

Segundo ele, com o fechamento da comporta para reduzir a vazão, a água que vem da barragem não chega até Mossoró, ocasionando a escassez de água para as localidades rurais. “Devido ao problema, aliada à falta de chuva registrada nos últimos anos, o rio secou e não tem água para dar de beber aos animais nem para suprir as necessidades do dia a dia”, revela Marcos Antônio.

O problema afeta moradores das localidades de Chafariz, Olho D’água Velho, Santana, entre outras regiões da zona rural de Mossoró. Marcos Antônio lembra que no ano passado, uma situação semelhante ocorreu, gerando apreensão entre os moradores. No entanto, eles conseguiram reverter a situação junto a órgãos do Governo do Estado.

“Com o apoio da Câmara Municipal de Mossoró (CMM), através do vereador Genivan Vale, conseguimos entrar em contato com os órgãos responsáveis pelo sistema de água no estado e encontramos um meio-termo para suprir a necessidade dos moradores ribeirinhos, sem comprometer o nível do reservatório”, diz. Marcos Antônio complementa que agora a situação crítica se repete e a população está preocupada com o cenário.

Ele destaca que, se continuar dessa forma, a vida dos que dependem das águas do rio vai se acabar. “Os animais estão morrendo e as comunidades, já castigadas com a seca, sofrem ainda mais com a falta d’água. Pedimos sensibilidade do poder público para resolver essa situação”, desabafa o morador.

A equipe de reportagem do DE FATO tentou contato com o diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte, Josivan Cardoso, para saber as possíveis medidas que podem ser adotadas para amenizar os efeitos desse problema ambiental. Porém, em ambas as tentativas, o celular do responsável se encontrava fora de área.

 

Nível da barragem de Umari inspira cuidados

Em encontro mobilizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró em maio deste ano, o Igarn sugeriu diminuir a vazão da comporta da barragem de Umari de 700 para 200 litros. A medida tinha como objetivo ampliar a vida útil do reservatório para janeiro de 2018.

Na ocasião, o prefeito de Upanema, Luiz Jairo, considerou a medida muito drástica e sugeriu que a vazão fosse reduzida para 500 litros por segundo, no que foram atendidos ao final das discussões.

Contudo, ainda assim, a redução da vazão da comporta está causando efeitos negativos em localidades rurais de Mossoró. Por outro lado, há a necessidade de medidas para reduzir o consumo de água da barragem, tendo em vista a situação crítica da capacidade do reservatório ocasionada pela falta de chuvas dos últimos anos.

Atualmente, o reservatório está com 17,41% de sua capacidade, totalizando 50.991.225 m³ de água, numa previsão técnica de vida útil até meados do mês de fevereiro de 2017.

Além da questão da falta de chuvas, o uso clandestino das águas da barragem é uma preocupação constante das autoridades competentes. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) fez um apelo para que os usuários da água do rio se cadastrem gratuitamente, a fim de que os serviços de gerenciamento e controle possam ser melhorados, beneficiando a todos.

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