Quinta-Feira, 25 de abril de 2024

Postado às 07h43 | 22 Jul 2016 | Edinaldo Moreno Unidades Básicas de Saúde de Mossoró não disponibilizam atendimento médico

Além da carência de médicos em algumas unidades, os pacientes reclamam da falta de estrutura

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As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Mossoró vêm apresentando inúmeros problemas, principalmente no que diz respeito à estrutura física dos prédios, falta de equipamentos para trabalho e, principalmente, falta de médicos e funcionários. Recentemente, a falta de segurança também foi um dos motivos para que algumas unidades paralisassem suas atividades.

O Centro de Atenção Integrado à Criança Caic do bairro Carnaubal, por exemplo, não tem médicos nem enfermeiros para atender à população, além da impossibilidade de marcar exames, uma vez que o único computador da unidade está quebrado. Um cartaz foi afixado na porta da unidade para informar aos pacientes sobre a paralisação de alguns serviços.

Devido à falta de médicos, a população que precisa ter um acompanhamento contínuo nos tratamentos está sendo prejudicada, porque não existem profissionais disponíveis para emitir receitas de medicamentos e/ou solicitar encaminhamentos para outras especialidades, além da impossibilidade de pedir a realização de exames.

“Eu tenho problema de hipertensão e, todos os meses, preciso de receita médica para que eu possa solicitar a medicação aqui no posto de saúde. Mas, com a falta de médicos, não tenho como renovar minhas receitas e continuar com a medicação. Já procurei UBSs de outros bairros, mas é sempre muito difícil pegar ficha de atendimento, já que a prioridade é daquelas pessoas que são da área de atendimento da unidade”, relatou a dona de casa Maria Aparecida Almeida, que é residente do bairro Carnaubal (zona sul).

Outras unidades de Mossoró, que ainda contam com atendimento médico, limitam o número de fichas de atendimento por dia e fazem que o paciente se sujeite a chegar ainda durante a madrugada para ter a possibilidade de ser atendido. Esse é o caso da UBS Doutor Lucas Benjamim, que fica localizada no bairro Nova Vida (zona leste).

Na UBS Doutor José Fernandes de Melo, localizada na Lagoa do Mato (zona sul), os pacientes estão há 15 dias sem atendimento médico e sofrem com a falta de estrutura física e profissional. Pacientes alegam que a quantidade de profissionais que trabalham no local é insuficiente e a falta de profissionais de áreas específicas prejudica o andamento das atividades.

A Secretaria de Saúde informou que a falta de médicos em algumas unidades de Mossoró acontece porque muitos dos profissionais que foram contratados por meio de processo seletivo não aceitaram atuar nas unidades, por já estarem executando outras atividades em consultórios próprios ou em outras cidades.

Esclareceu também que não existe a necessidade de o paciente madrugar na fila para esperar a liberação das fichas de atendimento porque todos os pacientes devem ser atendidos, uma vez que eles estejam na unidade dentro do horário de atendimento.

Sobre a contratação de novos profissionais para ocupar as vagas deixadas pelos médicos, a secretaria disse que pretende realizar, em breve, uma nova seleção para que as unidades voltem a realizar os atendimentos médicos regularmente. “São poucas as unidades que não têm médicos, por isso esperamos resolver esse problema o mais rápido possível para melhor atender à população”, informou a assessoria.

 

Servidores da saúde pedem melhorias nas UBSs de Mossoró

Os servidores públicos municipais que atuam na saúde de Mossoró lutam, ao lado do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), por melhorias nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município e por melhores condições de trabalho para os profissionais. Recentemente, a categoria esboçou a intenção de criar um sindicato próprio, para reivindicar os pontos específicos dos servidores.

A comissão formada por servidores da saúde alega que os técnicos de enfermagem que trabalham em escalas de plantão não vão receber o aumento proposto pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM), no último acordo firmado no mês de maio, com o Sindiserpum. Os funcionários da saúde têm uma pauta específica da categoria que não foi colocada em questão na campanha do sindicato.

“Entre as reivindicações da nossa pauta estão o melhoramento nos valores dos plantões, que desde 2011 não sofre qualquer tipo de reajuste, segurança nas unidades, que frequentemente têm sido alvo de assaltos, além do reajuste na gratificação dos funcionários da Estratégia e Saúde da Família (ESF)”, explicou Adílio César, um dos formadores da comissão.

Adílio explicou que muitos servidores da saúde recebem seus salários com os valores dos plantões, e por esse motivo, o reajuste firmado em cima do salário-base não contempla esses servidores.

Os servidores da saúde também questionam o pagamento do PMAQ, que foi prometido pelo prefeito Francisco José Júnior durante a greve que aconteceu em 2015 e ainda não foi pago. O valor do PMAQ deve ser utilizado no melhoramento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o que não tem sido feito em Mossoró.

Outro questionamento feito pela categoria é o pagamento dos salários de acordo com a jornada de trabalho. Hoje, ocorre uma defasagem no valor recebido pelos funcionários, principalmente os que trabalham nos ESFs, que têm uma carga horária de 40 horas semanais.

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